domingo, 5 de outubro de 2014

Marés


O velho conhece bem o mar.
Conhece bem o mar, no seu barco. Aquele mar.
Mas os velhos são todos diferentes. Os velhos distam dos novos. Os barcos também não são todos iguais. E o mar nunca se repete.

O velho quer o melhor para o novo. E quer o melhor dele. Já passou marés e marés, e esquece-se que foram as marés que o ensinaram. Não esquece, mas tenta que o novo aprenda de o ouvir, sem passar pelas marés todas. Sem molhar o barco.

O velho gosta do novo. O novo gosta do velho. O velho e o novo nem sempre conseguem fazerem-se sentir isso. Frustam-se. Mas gostam-se. São um bocado como um barco e as marés.

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