domingo, 28 de dezembro de 2014

Começou em ti, e assim continua…



O significado do amor é este: que pelo menos na presença de uma pessoa possamos mostrar-nos completamente a nu. Sabemos que ela ama, pelo que não interpretará mal. Sabemos que ela ama, portanto o medo desaparece. Pode revelar-se tudo. Podem abrir-se todas as portas, pode convidar-se essa pessoa a entrar. Pode começar-se a participar no ser do outro. 
O amor é participação, por isso, pelo menos com os seres amados, não seja falso. Não estou a dizer para ser verdadeiro na praça pública, porque isso criaria problemas desnecessários neste preciso momento. Mas comece com o amante, depois com a família, depois com pessoas que estejam mais afastadas de si. A pouco e pouco, aprenderá que ser verdadeiro é tão belo que estará disposto a perder tudo por causa disso. Depois na praça pública - depois a verdade passa simplesmente a ser a sua maneira de viver. O alfabeto do amor, da verdade, deve ser aprendido com aqueles que nos são mais próximos porque esses compreenderão. 

Osho, in 'Intimidade' 

domingo, 7 de dezembro de 2014

Tentar, falhar, levantar e conseguir



Há dois dizia eu que ia tentar meditar um pouco, e respondeu-me ele "não tentes…"; como quem diz, "faz", "consegue". Eu tentei. Tentamos muitas coisas, muitas vezes. Começa aí, no tentar!

Falhei. Não correu como gostaria, a meditação. Fiquei frustrado. Senti-me falhado. Falhei. Falhamos muitas vezes… pensei. Faz parte, falhar, para tenhamos a certeza que nada se consegue sem esforço, para testar a nossa vontade de conseguir, a nossa resiliência, e nos ensinar também algumas coisas no percurso.

Levanto-me! Se quero, levanto-me! É levantar-me-ei todas as vezes necessárias, pelo que quero muito, pelo que mais quero! Levantar é mostrar o querer, é dizer que mesmo com as dores das quedas, a roupa suja, os olhares mais atentos, nada se intrometerá… não desisto! 

Conseguir! Conseguir porque quero. Mas também porque me empenhei de corpo e alma, porque dei de mim, pus o meu esforço, e soube tentar, e entendi que falhar faz parte e me cabe a mim aprender com isso, soube cair as vezes necessárias e levantar-me o mesmo número de vezes.

E digo, eu consigo! Eu vou conseguir! Entrego o meu corpo e a minha alma a esta luta, até conseguir!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014


O Teu (eu) em MIM



Em tão pouco tempo, tomaste conta do tanto que existe em mim.
Agora, em mim há tanto mas tanto de ti...
Os teus beijos que me transportam para um mundo só nosso.
As conversas desafiantes que me deixam sempre a pensar.
O teu toque que me acalma.
Em cada frase minha já existe um toque teu...

Em mim já existe muito de ti...tanto...e não o quero perder...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

RECIPROCIDADE

Sempre achei desconfortável que, diante duma frase, um comentário, um sentimento ter de dizer algo semelhante ao outro...achava que não vinha do coração, era dito por gentileza...

Sempre me senti como uma pessoa que gostava de ser lembrada por alguém que SENTE, que pensa e que age, não como alguém que apenas é...recíproco..!

E como dizia o poeta: " Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...", alguém me fez mudar ao longo destes últimos meses, não só neste aspecto, mas em muitos! A reciprocidade é algo que faz bem, a ambos, e entendo agora, que é isso que faz com que tudo se encaixe! É isso que faz com que compense todos os arranhões e nódoas negras !

E começaria tudo outra vez...


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Ausência



A ausência não tem fim. A ausência é como tudo.

A ausência pode ser boa ou má, a ausência de uma coisa boa não obriga que seja negativo nem a ausência de uma coisa má implica que seja bom. Pode levar-nos até onde quisermos e deixarmos... para a saudade, sonhar, surpreender, superar, segurança ou para o egoísmo, solidão, tristeza e insegurança.

A ausência é amarga, a ausência é angústia... a ausência testa-nos. Faz-nos sentir desamparados, pequeninos e perdidos. Pergunta-nos " E agora?" e espera que o fraco de nós dê de si, enquanto olha ao longe com um sorriso de quem sabe que vai ganhar. A ausência faz de nós a criança que fica sozinha em casa pela primeira vez, que não dá parte de fraca aos pais, escondendo o pânico por dentro, ouvindo os sons que não foram sons e vendo as sombras que ninguém projectou. Porque a casa está vazia, e a ausência ocupa-se dela. É assim que funciona a ausência, vem do vazio, ocupa os vazios em nós.

A ausência lembra-nos do que não podemos esquecer, é o lembrete do nosso sofisticado sistema do inconsciente para o nosso básico e falível consciente. Faz-nos ver que a presença tem que ser valorizada e aproveitada. A ausência ensina-nos sobre o que realmente precisamos, e certifica-se que estamos certos acerca do que gostamos. Dá-nos a oportunidade de pensar e sentir, para que consigamos que a presença seja tão boa que a ausência que se segue é quase uma oportunidade, indesejada provavelmente, contrariada talvez, mas uma oportunidade, para a presença.

Sim e não, a ausência é como tudo, a ausência não tem fim, é o que deixarmos que seja, é o que fizermos que seja em nós... se a prendermos e trancarmos, rastejará pela nossa casa ao som de miséria e tristeza, se a libertarmos, voará pela janela fora, voltando de vez em quando para nos lembrar que existe.

Como todos os equilíbrios, também este é difícil de encontrar, mas talvez seja como andar de bicicleta... encontrar o equilíbrio, apanhar o jeito, e já não se esquece.


domingo, 23 de novembro de 2014

DESPERTAR




A nossa vida não é apenas uma vida, é uma panóplia de acontecimentos, de situações, de sentimentos, de emoções...a nossa vida não é apenas uma vida.

A nossa vida é uma camada, talvez como a camada grossa da cebola que se desfaz ao toque, a nossa vida é uma camada que precede a outras vidas!
Não temos apenas um ínicio, um meio e um fim. Temos várias histórias. Temos histórias para guardar, histórias para contar. Histórias que fazem a nossa camada grossa valer a pena!

Mas, a vida só vale a pena se a vivermos, se nos libertarmos, se perdermos os nossos medos e acima de tudo se A sentirmos. Tal como as borboletas que se transformam, também nós enquanto Seres não devemos ser imunes ao inevitável...á transformação! Por vezes sair do casulo é bem mais belo do que nos mantermos cinzentos e sem vida!
 A isso eu chamo DESPERTAR...muito mais que abrir os olhos...é abrir o Coração, sentarmos-nos num lugar sossegado...e ouvir o nosso coração, e quando ele nos der a resposta...seguir, com a certeza que vamos no caminho certo...

DESPERTAR devagar, consciente e atentos aos sinais...e a tudo o que nos faz feliz! E assim...se ganham asas!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Sussurros



“No aqui dentro, ouço um sussurro do coração. Um sussurro que, apesar de sussurrado, se desenha forte, rápido, sentido. Um bater de TI. Um sussurro muito mais profundo do que qualquer sussurro de sempre. Um bater de TI! Um sussurro que nos olha, um sermos nós. Um sermos nós. Os nossos sussurros de abraço, de sorriso, de respirar, de sermos.
Nós… E os sussurros do coração até ao bater mais forte do teu, nosso aconchego. Vamos sussurrá-lo ao Mundo?”

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

É isto....tantas vezes....hoje não é excepção!

Apetece-me sair porta fora. Sair e ir ter contigo.
Apetece-me ligar-te. Questionar-te sobre as minhas dúvidas.
Apetece-me ouvir-te. A tua voz tem o dom de me acalmar.
Apetece-me ver-te. E confirmar que estás bem.
Apetece-me dar-te um beijo. E receber um abraço.
Apetece-me dar-te um sorriso. E receber uma gargalhada.

Apetece-me sair e pronto. Ir ter contigo. Estar contigo. Passear contigo. Falar contigo. Recordar contigo. Sonhar contigo. Telefonar-te e ouvir-te. Escrever-te e ler-te.
Há dias em que o impulso de o fazer é quase mais forte que a minha capacidade de autocontrolo.

Apetece(s)-me tudo. Mas contigo. E só contigo.




Rita Leston

Sossego




"O que eu mais queria neste mundo era sossegar. É um verbo que é preciso redimir. Sossegar não é descansar, nem traz felicidade nem se assemelha senão superficialmente à paz ou à tranquilidade.
Não quero acalmar-me, ou serenar, ou assentar. O sossego é um estado de bonança. No Dicionário de Moraes descubro uns versos de Jorge de Lima:

Amo a velha paisagem bíblica
Que inda há-de baixar sobre a terra cansada
Para o sossego dos olhos esmagados

É preciso ler a Bíblia para perceber que a “paisagem bíblica” não é uma paisagem de paz mas de fé perante a conturbação. Não é o campo dos rebanhos. É o mar revoltoso que se abre, onde uns morreram e outros se salvaram e a voz de Deus não deixou que se cantasse.
E também um verso do conde de Monsaraz: “Tu és risonha, sossegada e pura”. A inveja que eu tenho dessa rapariga!
E lembro-me do sentido activo, tão bonito pela maneira como usa o verbo pôr, que parece contrariar o uso comum, do verso de Camões:
“Estavas linda, Inês, posta em sossego”, em que Inês está claramente acordada, num sobressalto de segurança em si própria, que a torna linda e temporária (“estavas” em vez de “eras” ou “és”).

O sossego é um estado de excepção, em que a alma vem ao encontro do corpo. Pode sossegar-se em momentos de grande agitação, de um acesso de amor, em que esse amor parece lucidez. É este o sossego com que sonho – uma presença consciente de verdade no que se sente -, oposto à parança estúpida, queda e adormecida, falsa, aquém da alerta. Não gosto do sossego como alívio ou interrupção.
Nem gosto da maneira como se usa o verbo “descansar”, que deveria significar repousar (recuperar as forças, etc) em vez de “sossegar”, como por exemplo: “Ainda bem que me avisaste, porque assim fico mais descansada”. É tão ridícilo como uma criada dizer:”A senhora não pode vir ao telefone porque está a sossegar”.
Numa das raras frases infelizes de Vieira, percebe-se o sentido negativo do sossego como ausência de preocupação, quando diz, com alguma redundância: “Todos se sossegaram num momento e se puseram na paz que vemos.” Nem num sentido (acalmar) nem noutro (apaziguar) existe sossego. É como chamar sossego ao silêncio.

Na época do stress e dos calmantes, das psicoterapias e das manias new age, sossegar foi destituido da sua beleza própria, da sua frescura, da sua actividade. Sossega mais o menino que ri do que o que dorme. Sossega mais o susto partilhado por dois namorados numa montanha russa, ou a bonança enquanto fazem amor, do que vê-los pascentar num banco de jardim, ou deitados numa cama, descansando depois de terem feito amor, inutilizados, estupidamente contentes, como mecânicos depois de o serviço estar feito.

Sossegar não é descansar – não é uma consequência do cansaço. Quando Rebelo da Silva, citado por Moraes, diz: “O coração não sossega, a vida cansa”, ambas as coisas são verdadeiras, mas a associação é enganadora, porque o coração não sossega por causa da vida cansar. Há cansaços bons. Não. O coração não sossega porque não tem com que sossegar.

Mais que a felicidade e a paz, o mundo precisa de sossegar. O sossegamento é a forma mais precisa de liberdade positiva – uma liberdade para sentir o que se sente e confiar no que se sente, e ter tempo, e vontade, e confiança no que se faz.
Quando se olha para o rosto de uma pessoa amada, ou se recebe dela um gesto de amor, sossega-se. Quando se sabe de antemão o que vai acontecer, ou como alguém se vai comportar, sossega-se. Quando se faz uma promessa ou um plano que sabemos que se irá cumprir, sossega-se. Isto é sossegar.
Quando dois amantes decidem ter um filho, por muito medo que isso possa provocar, sossega-se.
Quando aparece um amigo sem avisar, interrompendo tudo o que se tencionava fazer, sossega-se. Quando se está a lutar contra a injustiça e a maldade, com todas as forças que se tem, sossega-se. Quando se lê um poema ou uma história bonita, sossega-se. Quando se acredita em Deus. Isso, sim, é sossegar.
Gosto de sossegar como verbo transitivo. Sossegar só por si não chega. É mais bonito sossegar alguém. Quando se pede “sossega o meu coração” e se consegue sossegar. Quando se sai, quando se faz um esforço para sossegar alguém. E não é adormecendo ou tranquilizando, em jeito de médico a dar um sedativo, que se sossega uma pessoa. É enchendo-lhe a alma de amor, confiança, alegria, esperança e tudo o mais que é o presente a tornar-se, de repente, futuro. É o futuro que sossega. “Amanhã vamos passear” sossega mais do que “não te preocupe” ou “deixalá, que eu trato disso”.
A aquietação, como o sono, é uma espécie de morte. Sossegar não é jazer. É viver. Uma pessoa sossegada é capaz de deitar abaixo uma floresta. O sossego não é um descanso – é uma força. Não é estar isolado e longe, deixado em paz – é estar determinado no meio do turbilhãoda vida.
O sossego, é, em grande parte, uma expressão espiritual de segurança. Sossegar é saber com o que se conta, desde o azul do céu aos irmãos. O coração sossega em quem se conhece. Sossegar é conhecer uma totalidade, as coisas feias ou bonitas, mas previsíveis e familiares. É por isso que sossega olhar para um rosto amado, que se conhece, ouvir a voz dessa pessoa, mesmo quando está a dizer disparates. Não há falinhas mansas que tragam o sossego dos gritos de uma pessoa com quem se pode contar. É um alívio. Só a ordem pode sossegar, por muito alterosa que seja. A tempestade sossega o marinheiro que conhece bem o barco e o mar.
Não é o que diz a minha mãe que me sossega – é a minha mãe. Não são as palavras – é a voz. Não é ela estar aqui ao pé de mim – é saber que ela lá está.
No nosso tempo as pessoas querem o sossego menos das sopas e do descanso. Serem “deixadas” de alguma forma ou de outra. “Eu quero é que me deixem em paz”. Querem fugir. Querem ir para o campo. Meditar. Descobrir o “eu” interior. Mas a solidão e o silêncio não sossegam. Para isso mais vale tomar um Lexotan.

Só os outros nos podem sossegar. Só no meio da vida, em plena acção, se pode, vale a pena, estar sossegado. O “eu” interior é uma algazarra de desasossego. Para mais, árida e desinteressante. O budismo de trazer por casa que invadiu a nossa cultura, uma espécie de narcisismo espiritual, traduz uma noção repugnante de superioridade. Os outros podem ser o inferno, mas cada indivíduo ainda o é mais.
Não me saem da cabeça os instantes, poucos, em que me senti sossegar – e foi sempre graças a outra pessoa, vista ou lida, conhecida ou desconhecida, viva ou morta, menina ou crescida, sábia ou maluca, próxima ou longínqua, mas sempre presente, mais presente que eu próprio. Eu próprio, por defeito talvez, não consigo lá chegar. Nunca encontrei o sossego nos outros – foram sempre os outros que me sossegaram. E quase nunca deliberadamente.
Lembro-me, em particular, de um momento que consistiu apenas em olhar para alguém e sentir que tudo nela me era querido e conhecido e familiar.
Não há no mundo paisagem como o rosto da pessoa amada, sobretudo quando está agitado, a rir-se ou a zangar-se, desprevenido, apanhado nos olhos como se estivesse dentro deles já. Sentir essa mistura de perdição e de proximidade é verdadeiramente sossegar.
Não são as mentiras, por muito boas, que sossegam. Só a verdade. Às vezes sossega ouvir “odeio-te! ” em vez de “amo-te!”, se “odeio-te!” for dito com amor e com verdade, e “amo-te” com preguiça, por hábito, ou expressamente para nos sossegar.

No outro dia, quando perguntei a alguém que amo, se queria vir jantar, em vez de dizer “não posso”, por isto ou por aquilo, disse apenas “não”. E sossegou-me. Quando se está sossegado aguenta-se tudo. A tristeza torna-se pequena. O mundo reduz-se à dimensão que tem.
O que mais queria na vida era sossegar. Não há diferença entre correr atrás das estrelas e ficar na cama a apascentar. O desasossego em que vivemos deve-se, pelo menos em parte, à nossa imcompreensão do que é, na pura verdade, sossegar e à cobardia e ausência de vontade de tentar alcançá-la, entregando-nos nas mãos de quem nos pode ajudar.
Que ao menos seja esta a causa do nosso desasossego, porque tudo o mais que queremos ou pensamos querer (a felicidade, a realização, o prazer, a tranquilidade) ao pé do puro sossego não é possível – e, se calhar, nem sequer é verdade."

- Miguel Esteves Cardoso

domingo, 2 de novembro de 2014

Acordei...

Com vontade de um beijo, mas não um beijo qualquer, um beijo...
Um beijo que é só teu!
Um beijo que me apetece num abraço e com as mãos no rosto...

Um beijo teu! Só teu!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

E SE...

E se hoje fosse o teu último dia? Diz-me o que farias. Diz-me, não com a cabeça. Diz-me com o coração.
E se hoje fosse o teu último dia? Diz-me o que te falta fazer. Di-lo com o coração.
E se hoje fosse o teu último dia? Diz-me quais eram as coisas que correrias atrás, para não partires com a angústia de não teres feito, não teres dito?
Diz-me que se hoje fosse o teu último dia, que deixavas a tua essência sobrepôr-se a todos os preconceitos...
Diz-me que se hoje fosse o teu último dia...saberias que...qualquer dia pode ser o nosso último dia..Diz-me que se hoje fosse o teu último dia, não desperdiçarias os momentos que te fazem sorrir!

Diz-me com o coração.

Parabéns a Ti! Parabéns pela caminhada que escolheste! Parabéns por seres quem és, como és! Parabéns!

sábado, 25 de outubro de 2014

Gosto



Gosto de pessoas que me fazem pensar.
Gostos de quem torna os momentos interessantes.
Gosto de pessoas que conseguem fazer-me sair do meu mundo, sem sair dele. E conseguem nele entrar, quase como se também fosse delas, mas com o cuidado e respeito de quem estima.
Gosto de pessoas que são só pessoas, mas são muito mais que pessoas.
Gosto de ti. Gosto muito de ti.

Saudade...

Porque há esperas que nunca se aprendem...
Com frio, sol, chuva ou calor, tudo seria bom se estivesses aqui!
Porque há esperas que nunca se aprendem...deixo-te um beijo com saber a café e um Gosto de Ti!



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O Lugar de cada um

Aprendi nesta vida que nunca nos devemos apegar a uma situação quando não temos a certeza da nossa posição ou da nossa importância na vida de outra pessoa.
Aprendi também que nunca mas nunca devemos criar expetativas em relação a nada nem a ninguém...
Ás vezes esqueço-me e deixo que as emoções falem mais alto, entrego-me e esqueço-me de tudo o que aprendi...
Mas há pessoas tão diferentes umas das outras que se torna apaixonante esquecer o aprendizado, aproveitar a queda, esquecer o risco...
Mas cada um tem o lugar que cativa na vida dos outros, na alma, no coração e no pensamento...

domingo, 19 de outubro de 2014

A ti



Não sei o que é, nem porquê, mas sei que sabia que te ia ver. Já tinha sentido a mesma coisa antes, e não te vi, mesmo estando à frente do meu nariz. Hoje sentia que estavas ali, desde que saí do carro, e que olhava como um perdigueiro para tudo o que mexia, e que não mexia também…

Estranho como mesmo assim, fiquei surpreendido quando te vi. Os teus olhos estavam tão brilhantes, e eu tão sem jeito nem saber que fazer e como reagir.

Curioso, como hoje, das raras vezes que isso aconteceu, me viste com um fruto do que falamos e te atormentou de dúvidas, realmente o universo… fez-me pensar nisso, uma vez mais, a tua dúvida, e a nossa conversa, e o teres me visto hoje como o universo nos juntou, e ter a certeza que sim, quero, mas haverá um motivo para o não ter sido ainda, nem o ser agora.

Foi tão bom ver-te. E tão difícil. Porque é difícil não falar contigo. É difícil não ter ver. Mas é tão difícil ver-te e não poder te falar, não falar, falarmos. Ver-te e não te poder tocar e sentir.

Estavas ali… tão bom, e tão difícil. Tão perto e tão longe. Estavas linda. Estavam lindas.

Quero-te. A ti. Só para mim. Meu amor.


A dúvida

E dou por mim obcecada com uma dúvida que me mói o fígado, como estivesse prestes a cair do muro e sem rede de salvação...
terá esta dúvida um fundo de realidade? A poucas horas de o saber... E o relogio que não anda...

sábado, 18 de outubro de 2014

Tu



Hoje a cidade não te encontrou, e eu não te encontrei também. A cidade procurou por entre as suas ruas, avenidas, cantos e recantos e tu não estavas. Eu procurei em tudo por onde passei e não te vi.

Tentei enganar-me. Mas as parecenças, não são tu. Aquele estilo de roupa é parecido com o teu, mas não estava em ti. As formas e corpo de alguém que passou, assemelhavam-se, mas não eras tu. Por muito que eu olhasse e a cidade procurasse, não estavas tu.

O tempo passa, o relógio anda, a vida desenrola-se, o coração continua a bater, e o respirar não pára, mas, não estás tu.

A cidade não sei, porque talvez não te conheça assim tão bem, mas eu, eu… eu penso, penso, e penso, e foda-se, só estás tu!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A (I)legalidade do Amor


Quando desfrutamos de um sorriso matinal calmo, sereno e despreocupado...
Quando ansiamos por aquela conversa a meio da manhã, a meio da tarde, só para dizer que "gosto muito de ti"...
Quando damos as mãos espontânea e impulsivamente a meio de um beijo, de uma conversa, apenas e só porque nos trazem conforto...
Um riso cúmplice, um olhar ainda mais cúmplice...
Uma história que te obriga a pensar e a vivê-la como se não houvesse amanhã...até porque nunca sabemos se o há...
A paciência de esperar o outro nas condições mais adversas...
Isto também é Amor...um amor feito de pequenos detalhes e de pequenos nadas que te fazem sentir que é uma razão tão boa para ser vivido e que te torna tão feliz que pode até ser ilegal!
 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Mágico dourado



Já não sou teenager, não acredito ingénua e desmesuradamente no mundo, nas pessoas, na vida, e que os sonhos sempre se concretizam. Mas acredito no mundo e nas pessoas, e ainda mais na vida, e sei que os sonhos se podem concretizar.

Já fui experimentado e testado por alguns lados menos simpáticos da vida, mas também já vivi momentos que me alimentaram confiança desmedida e satisfação impossível de esconder. Conheço-me melhor, assim como à vida, e às pessoas. Sei melhor aquilo de que sou ou não capaz, o que já mais será obstáculo para me desviar um bocadinho da rota e o que devo contornar, quem está do meu lado nas alturas boas, e quem está nas alturas más, e principalmente, quem está sempre!

Já me disseram que eu era o melhor e também que era uma merda, já ouvi que valia o ar que respiramos, cada nascer e pôr-do-sol, pedaço de terra e água, a lua e as estrelas, e já ouvi que não valia um caralho. E nem por um segundo em algum momento eu achei que o meu valor tivesse alterado, pelo contrário, sei agora que o meu valor é o mesmo de sempre e sempre o foi.

E é desta forma, sem criar expectativas altas demais para serem alcançadas, embora acredite sempre que até poderão quem sabe serem alcançadas, ou falsas ilusões de contos de fadas mas sem me acomodar nem cair em pessimismo de "velho", com respeito pela vida mas sem ter medo dela ( coisa que nunca tive) que vivo o nascer de um novo dia!

Mágico dourado, que comece o dia!
(IN)Certezas

Nas minhas tantas certezas tão absolutas, que não são mais do que apenas escudos de proteção, não tenho a certeza do que é :

Gostar tanto de ti que não consigo passar 1 dia sem que te diga nem que seja apenas um :"olá"...
Que quando não estás, procuro em silêncio, dentro de mim algo que me faça lembrar de ti...
Sentir que és o meu mais alegre despertar e o meu despedir mais dificil...
Sentir que és a minha parte do dia que faz o meu sorriso valer ainda mais a pena...
Sentir que preciso que cada minuto valha a pena, uma vez que não sei quantos mais minutos iremos ter...

De tantas (In)certezas que tenho, não encontro a certeza ...

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Olhares brilhantes



Inicia-se o fim da soalheira tarde, concentrado na aparente distracção do seu amigo de longa data, coisa em que já reparava de há alguns dias a esta parte, não se contém mais, aproxima-se de Eros, que se encontra inevitavelmente na sua mesinha junto à janela, e pergunta:

- Diz-me então, quando tencionas prosseguir a tua jornada?

Jano tenta imaginar a distância a que Eros se encontra nos seus pensamentos, pelo tempo que levou a absorver o som, ouvir as palavras, interpretar e emitir um som...

- Hmmm
- Seria capaz de jurar que o dia de hoje era o que estava por ti planeado para a partida...
- Oportuna e não menos interessante pergunta que me fazes, meu velho amigo, mas é uma pergunta para a qual não tenho resposta para te dar. E o dia planeado era o de ontem...
- Que tentas tu evitar? Ou será afinal, o que procuras tu encontrar?
- Nada me prende a lugar nenhum, nada me ocorre que possa encontrar em outro lugar que aqui não encontre e sinta sua falta, não vejo portanto motivo algum para partir novamente...
- Percebo-te... mas...
- Será assim tão estranho, Jano?
- Simplesmente não conhecia nestas terras e gentes tão inspiradoras fontes para os teus escritos e gravuras...
- Seria menos estranho se me dedicasse ao fabrico e reparação de chaves e fechaduras?
- Sabes bem que nunca deixaram que me faltasse o pão na mesa! E felizmente não falta nesta terra quem precise de tais préstimos, que assim sempre o seja.
- Bem sei, meu velho, e assim o espero também, como tu sabes!
- Mas não me parece que seja de igual forma para a tua arte! Não vejo tanto freguês que justifique por cá ficares, e desperta-me a curiosidade saber de onde veio esse súbito interesse e diferente olhar de absorção por estas paragens e almas... mas não tens que te explicar!
- Tenho-me sentido verdadeiramente inspirado por aqui, não mais que isso.
- Apesar de em pouco ou nada ter resultado
tanta inspiração?
- A obra tem que ser criada dentro de mim primeiro, só depois a posso mostrar...
- Ou será que não são bem as paisagens mas alguma das nossas gentes que te inspira e suscita tanta observação e pensamento?
- Nada disso, Jano...
- Eu apostaria 10 moedas de ouro!
- Estás assim tão certo de que não perderias tamanha riqueza? Gostaria de saber que justificação darias, chegando a casa. - responde Eros sorrindo
- Ambos sabemos que não as perderia! Só uma dúvida reside em mim...

Eros continua sorrindo ligeiramente enquanto fixa o seu olhar para lá da janela. Jano aproxima-se, e observa também o quadro desenhado da janela para fora. Ficam por momentos absortos em silêncio, observadores... Jano senta-se também.

- Não me vais perguntar que dúvida é?
- E que dúvida é então essa, Jano?
- Qual dos problemas procuras tu, se o da camponesa ou o da nobre, são os únicos que vejo desta janela, e lugares que tens frequentado...
- Problemas?
- Sabes bem, será o único rebento de tal amor.
- Que me dizes? Amarão tais mulheres de forma diferente, ou será que se sentirão amadas de forma diferente? Terá o amor uma forma e gosto diferentes aos olhos e coração de uma camponesa do que o terá de uma dama da corte? Não acredito que sintam o amor de formas diferentes por morarem em casas diferentes, vestirem roupas diferentes e serem olhadas de formas ainda mais diferentes.
- Talvez não, caro Eros, mas ambos sabemos que qualquer uma te trará não menos problemas que a outra, a nossa sociedade não está ainda preparada para alguns amores.
- A sociedade doente e mesquinha da qual teimamos fazer parte, teria verdadeiros problemas bem graves e sérios com se preocupar na sua resolução se o quisesse...
- Prossegue a tua jornada, Eros...
- Jano, deverias ser o último a dizer tais palavras! Teríamos nós tão forte amizade, partilhado tantas aventuras, fantásticas e dramáticas, ao longo de tantos anos, se tivéssemos ouvido o que a sociedade pensava e como julgava a nossa amizade?
- Tento proteger-te só isso...
- Eu sei, e agradeço-te mas não vou submeter-me, ou tão pouco amordaçar o meu coração e desejo às vontades de uma sociedade débil e raquítica de mente e alma!
- ...
- Estarei eu errado, Jano?
- Sabes bem que não, só tento evitar que alguém que é como um verdadeiro irmão para mim, e a minha única família, acabe magoado por alguém que não saberá valorizar as batalhas que terás que travar, pela sociedade que te as fará travar... ou ambas as coisas!
- Não seria capaz de passar ao lado, de fugir a tal chamamento...
- Nunca o fizeste, Eros... coração esse que tu tens!
- No dia em que ele deixa de nos guiar, tornamo-nos meros bonecos de trapos. Não é ele que te faz atravessar o frio e dureza do dia, e às vezes até da noite?
- Aqueles três pares de olhos brilhantes que me abraçam e aquecem no primeiro momento que entro em casa... fariam-me atravessar muito mais que o mero frio ou simples dureza!

Os velhos amigos sorriem mutuamente, olhos brilhantes, conhecem-se bem, sentem-se bem, e sabem bem ver a alegria estampada na face e olhar do outro.

Eros aponta para a velha e gasta estante atrás de Jano...

- O teu cálice... bebe um pouco de vinho comigo e brindemos!
- Digo-te, esta tua mesinha aqui à janela, banhada pelo sol, tem qualquer coisa de mágico!
- Também o sentes, afinal? - diz sorrindo
- Sem dúvida que sim...

Eros serve o seu amigo Jano de vinho, levantam-se e contemplam pela janela o mágico iniciar da noite lá fora, olham-se e brindam...

- Ao amor!
- À amizade!
- À alegria!
- Ao brilho no olhar!
- Aos sentimentos nobres!
- À nossa vida sem falta de nenhuma destas coisas!

Brindam, e saboreiam o vinho na não menos agradável companhia, abraçam-se de forma sentida e despedem-se. Jano deixa o seu grande amigo entregue à janela, à mesinha, ao vinho, aos escritos e gravuras, a si, ao amor. Lá de cima, da sua janela, Eros acende uma vela, e observa o seu amigo que começa a fazer o caminho de casa, ao encontro dos três pares de olhos brilhantes que lhe pagam cada hora do seu dia, o seu olhar está não menos brilhante.

domingo, 12 de outubro de 2014

A Rotina...

Acordei e dei por mim a tomar o pequeno almoço e a olhar pela janela...um misto de cinzentos e algum Sol que de vez em quando parece querer aparecer mas que se arrepende e vai embora...
Tomo um pequeno almoço delicioso, ao som de uma musica deliciosa e com uma tranquilidade insana...tudo para estar radiante!
Mas há algo que me falta, não sei o quê e questiono a minha "deusa" interior...quando começo a ouvir uma vozinha na minha cabeça, tipo mantra: 
"Afinal, há rotinas deliciosamente boas...
Os meus dias ultimamente começam com um "café" e um sorriso...Hoje não houve "café" nem sorriso ...
Eu que odeio rotinas, gosto desta, gosto mesmo muito desta!"

P.S: Vou ali beber mesmo um café, para ver se me recomponho.
 

sábado, 11 de outubro de 2014

Gavetas

A desorganização organizada funciona, muito melhor do que muitos acreditam, mas sem dúvida que é preciso de tempos a tempos organizar um bocadinho as coisas, não para que fique tudo horrivelmente arrumado, mas só para ficar mais claro o lugar de cada coisa. Algumas vezes o processo de arrumar gavetas é longo e até penoso, outras é um piscar de olhos… 

Temos sempre gavetas por arrumar, por mais organizados e resolvidos que possamos parecer, tenciono arrumar algumas, a precisar de um pouco mais de organização.

Uma espécie de modo fada do lar, talvez…

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Vida...
Desde que me conheço que sempre me fez confusão a rotina diária. As mesmas tarefas, os mesmos trajectos, as mesmas pessoas, dia após dia, mês após mês, ano após ano.
Sempre disse que não era esse o tipo de vida que queria ter. E como dizia OSHO: "Tem cuidado com aquilo que desejas".
Hoje, sinto-me enrolada numa onda gigante, daquelas que nos fazem perder a noção do tempo e do espaço.
Parece que tudo chega ao mesmo tempo à minha vida: o trabalho, o novo projeto de negócio, a família, a casa, as actividades extra curricularres das crianças, o novo curso numa nova área.
É como se o Universo conspirasse a favor de me dar uma brutal lição daquilo que eu costumo desejar. 
Nunca desejo nada pensado, racionalizado, ponderado..desejo, desejo e pronto...
 No entanto acredito que se me atirar de um precípicio, terei sempre uma grande rede por baixo e é por acreditar cegamente nisso que acordo todas as manhãs com um sorriso!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014


(DES)Encontros

Poder-te-ia ter encontrado mais cedo...
Quem sabe numa outra altura, numa ourra vida, numa outra dimensão, numa outra circunstância...
Tudo seria mais fácil...(ou não)!

Mas cada vez que te conheço mais um bocadinho e tenho um pouco mais de ti, chego á conclusão que era impossível ter-te conhecido mais cedo, porque tão e simplesmente apenas te quero (re)descobrir a cada dia, a cada instante que o Universo nos permitir passarmos juntos.

Cada sorriso, cada palavra trocada, cada esquecimento, cada encontro e cada desencontro...me fazem pensar que me fazes falta, porque os dias de chuva não têm de ser maus e feios, podem ser alegres e cheios de carinho...

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O MURO

Ao longo dos anos criei um muro á minha volta! Depois de o criar senti-me uma pessoa mais confortável, mais imune, mais pronta...para a vida...para tudo!
Foi também durante esses anos que esse muro tão alto e praticamente intransponível se demonstrou ser  o meu escudo de proteção e desde já, tem resultado.

Havia quem subisse esse muro e ao estar no topo, era eu quem lhe lançava a escada para que ele descesse e passasse para o meu lado do muro, onde se pensava existir um mundo só nosso, completo e seguro.

Ultimamente tenho aprendido que, é possível que esse muro tenha uma brecha por onde começar a abrir...ao inicio com um desconforto inerente á situação de que me estão a roubar um pouco de mim, agora a pouco e pouco e com a habilidade que é só de uns, sinto que é bom, deixar que se deite abaixo um pouco desse muro, sem eu ter de lançar escada ou corda alguma.

Quando outrora eu lançava a escada a pessoa descia e vinha ao meu mundo ...hoje em dia sinto que ambos podemos escalar essa parede por lados opostos, muito devagar, apreciando cada união, cada brecha, cada pedra e indo conseguir chegar ao topo, sem desconforto.

E quando chegar ao topo? Ou saltamos para lados opostos do muro, mas sabemos que crescemos e dentro do nosso peito vai mais um lugar ocupado para a vida...ou então saltamos juntos para o mesmo lado! Mas qualquer que seja a atitude que tomarmos, saberei que é a mais espontânea, mais genuina e a mais transparente e, quando se é genuíno nas atitudes que tomamos, temos tudo para sermos felizes!

domingo, 5 de outubro de 2014

Marés


O velho conhece bem o mar.
Conhece bem o mar, no seu barco. Aquele mar.
Mas os velhos são todos diferentes. Os velhos distam dos novos. Os barcos também não são todos iguais. E o mar nunca se repete.

O velho quer o melhor para o novo. E quer o melhor dele. Já passou marés e marés, e esquece-se que foram as marés que o ensinaram. Não esquece, mas tenta que o novo aprenda de o ouvir, sem passar pelas marés todas. Sem molhar o barco.

O velho gosta do novo. O novo gosta do velho. O velho e o novo nem sempre conseguem fazerem-se sentir isso. Frustam-se. Mas gostam-se. São um bocado como um barco e as marés.
Da vida e das relações

Há pessoas que têm relações vertiginosamente normais! Gabo-as! Tiro-lhes o chapéu por conseguirem levar uma vida rotineira e vertiginosamente normal!!!  O despertador toca todos os dias á mesma hora. O pequeno almoço é tomado na calma antes de seguirem para o trabalho, no carro a ouvirem sempre a mesma estação de rádio!
A meio do dia existe a mensagem da cara-metade com a pergunta da praxe: Como está a correr o teu dia? Amo-te!

Gabo-as! Porque nunca consegui ver-me a ter uma vida assim! Não concebo a minha vida sem um imprevisto que me faz mudar o horário do meu dia e onde tantas e tantas vezes me leva para caminhos e pessoas que nunca pensei descobrir...e é TÃO BOM!

Não consigo viver uma vida onde sei á partida que o meu dia começa ás 9:00h e termina às 17:00h. Gosto da imprevisibilidade dos meus dias, da quebra da minha rotina.

Não prescindo duma mensagem que me atire , nem que seja por instantes, para um mundo que é só meu e me faz sonhar mais alto, daquele frio na barriga que me atira para um abraço matinal e um beijo que precede um sorriso que vem da alma...ás vezes penso que esse abraço e esse beijo também um dia acabarão...fico nostágica, mas logo depois percebo...e se acabar? E se não acabar? Tenho tudo menos uma vida vertiginosamente normal e por esse mesmo motivo e pelos abraços, beijos, sorrisos e uma gargalhada arrancada ...vale sempre tudo a pena! Afinal nunca sabemos o que o Universo nos reserva.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Versão revista e melhorada (excepto na bricolage)

Ensinaram-me à uns anos que nós somos neste momento uma versão revista e melhorada de nós mesmos.

Faz sentido, aprendemos, corrigimos, cometemos erros que não voltaremos a cometer, e saberemos, em principio, mais e melhor, e estaremos também mais certos do que queremos e não queremos, o que nos faz bem e o que nos faz mal.

Tendo a concordar de caras, com esta ideia. Mas, às vezes, lembro-me da forma como somos tão perfeitamente imperfeitos, olho-me, e penso, e não acumularemos também coisas estragadas com bolor, que nos vão estragando a bagagem, coisas inúteis que só fazem falta na nossa cabeça, ou simplesmente coisas que mais não são que lastro? Como as nossas gavetas, caixas e sacos em casa, com tanta coisa que faz parte de nós e nos faz falta, nem que seja de tempos a tempos, mas também, tanta que não faz…

Sim, não tenho dúvida que acumulamos, mas, se formos sabendo ver isso mesmo, e de vez quando dar uma olhada, e principalmente ter a coragem de largarmos esse lastro, suponho então que a ideia continua a fazer sentido. O problema às vezes é percebermos o que é lastro ou não, e outras largar esse lastro que parece já ter em nós um espaço próprio, e fazer parte de nós.

Sou uma pessoa com uma sorte tremenda de ter encontrado algumas pessoas no meu caminho, é muito delas também a minha versão revista e melhorada. Continuo a ter essa sorte, a ter por perto que goste de mim o suficiente para ficar, para mostrar, para me melhorar, para tornar o meu mundo um lugar com mais luz, mais sol e jardins, mais sorrisos, mais em tudo, para mim principalmente, mas espero que para os outros também, se não agora, mais à frente, que este burro velho aprende línguas, mas devagar…

E, hoje, esta versão revista e melhorada, está muito agradecida, e espera que consiga manter sempre o sorriso dessa versão revista e melhorada.

Noto hoje também que há coisas que não melhoram muito ao longo do tempo, a minha eficiência na bricolage, por exemplo… depois de grande luta, e de o candeeiro estar montado e a funcionar, tentei então endireitar o topo, ele não cedeu, e eu pensei: "Se fossemos perfeitos, se as coisas à nossa volta fossem perfeitas, o que teríamos para melhorar?"; o topo continua torto, não tem bolor, não estraga nada, não é lastro que pese, e da próxima vez, talvez consiga que o danado se endireite, se ele quiser, se não quiser, gosto dele na mesma!



  Se um dia não estiveres aqui...

Se um dia não estiveres aqui, eu sei que o mundo não acaba...
O Sol vai nascer todos os dias, uns dias brilhará mais que outros...
Os rios continuarão a correr...
Os meus horários continuarão a ser uma insana loucura...
No Verão as praias continuarão atulhadas de gente e no Inverno a chuva vai teimar em não parar...
A vida continuará no seu rumo, se um dia não estiveres aqui...mas a luz...essa será mais ténue e menos brilhante... 
Pois afinal, quem faz a nossa luz somos nós...
 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Cinzentos


Começo agora a perceber, acho eu, que os cinzentos são como uma ponte, que une duas margens.

Acho que, desde sempre, habituei-me a viver nas margens, e a encarar a ponte como uma mera passagem para a outra margem. E um dia, dizem-me que a ponte é o melhor sítio para estar. Na verdade, no meio da ponte é onde tenho a melhor vista, consigo ver o rio, de onde vem e para onde vai, e consigo ver as duas margens bastante bem. Também consigo sempre ter escolha, mais para uma margem, ou mais para outra margem. Eu sei, parece ser o sítio mais vulnerável, não é? Também sinto isso. E racionalmente até o será, concordo.

Disseram-me que é o melhor sítio para estar, para descontrair e passear pela ponte, ora para um lado, ora para o outro, aconselharam-me a aproveitar a vista em todo o meu redor, que sentisse o vento na cara e no cabelo, o cheiro do rio que passa por baixo e o que vem de cada uma das margens. Que pensasse um bocadinho menos, e tentasse sentir, somente sentir, tudo isto um pouco mais.

Os cinzentos, somos nós...